quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Pirâmide alimentar, introdução alimentar, e afinal, como alimentar? Parte 2

Saudações gastronômicas!
Como prometido, o post de hoje tratará de uma coisa meio nova, mas que na verdade já existe há milênios, só o nome é que está "na moda": BLW, ou Baby-Led Weaning (em português seria algo como Alimentação Complementar Dirigida pelo bebê. Já vi traduzido como Desmame que o bebê lidera, mas eu não considero como desmame, então prefiro não usar essa tradução. Já disse aqui que apoio a amamentação enquanto o bebê quiser, e além disso, a própria Organização Mundial da Saúde reitera que após os 6 meses e até completar um ano de idade, a alimentação é complementar. O aleitamento ainda deve ser, sempre que possível, a principal fonte de alimento para o bebê.) Esse BLW nada mais é do que deixar o bebê alimentar-se com as próprias mãos, sem a necessidade de transformar a comida em purêzinhos - daí o meu comentário que isso já vem sendo feito há milênios. Duvido que as mães Neandertais fizessem purêzinhos de carne de búfalo com milho e capim. Du-vi-do. Obviamente, isso causa um certo pânico nas mães, já que imediatamente pensamos que o risco de engasgos e sufocamentos é grande. Mas acreditem, não é! Às vezes pensamos que o bebê vai engasgar porque ele faz aquela carinha de vômito e parece que vai pôr tudo pra fora, mas isso é só um reflexo (gag reflex, em inglês). É óbvio, entretanto, que o bebê deve ser SEMPRE supervisionado enquanto se alimenta. Se pensarmos bem, acho que para nós é também um pouco triste simplesmente dar na mãozinha e deixá-los comer, já que isso significa que a nossa participação mais ativa na alimentação fica reduzida (não precisamos dar colher por colher na boca da criança). Criança independente = mãe orgulhosa de coração apertado.
Mas voltando ao BLW, a premissa é que deixemos os pequenos "estudar" a comida: eles devem tocar, esmagar, cheirar, jogar longe (para desespero da mamãe), e eventualmente comer, a quantidade que quiserem. Uma breve pesquisa no Google e você verá inúmeros resultados. Pesquisei nesse site aqui - em inglês. Eles argumentam basicamente que a ordem em que apresentamos a comida aos bebês não pode ser considerada correta, já que primeiro eles aprendem a engolir (com purês) e não a mastigar. No BLW isso acontece ao contrário, primeiro eles mastigam para depois então engolir. Faz todo o sentido, não?
É importante salientar, mamães, que a comidinha deve ser preparada de forma a ser facilmente mastigada e a sugestão é começar com brócolis, cenouras (ou qualquer outra coisa na verdade) bem cozidos. Para fazer o teste, aperte o alimento entre o seu polegar e indicador, se desmanchar está ótimo para oferecer ao bebê. Outra coisa que a mamãe deve saber: Vai. Sujar. Tudo. Tudo mesmo. Roupa, cadeirão, mesa, a sua roupa e possivelmente você descobrirá pedacinhos de pão no seu cabelo no dia seguinte. Mas faz parte do processo e é uma delícia de ver. Sujar faz parte do aprendizado, é fácil de limpar e afinal o tempo passa tão rápido que esse tempo dará saudades. Falando em sujar, nada de tigelas ou pratinhos. Coloque o alimento diretamente na bandeja do cadeirão, assim nenhum objeto, a não ser a comida, vai voar (muito) longe! hihihi

Olha o Miguel pirando no brócolis pela primeira vez:



Maçã:

criança feliz


lambendo o prato


Deixo aqui alguns links úteis para BLW, em inglês e em português.

Esse é o site que mencionei mais acima. Este link vai direto pras receitas: (em inglês)

Outra fonte, em inglês:

Tem essa comunidade no facebook também (em português):

Artigo interessante (em português):

Essas são apenas algumas fontes. Uma pesquisada no Google e os resultados são aos milhares (aproximadamente 1.970.000, palavras do próprio Google).

Até a próxima e bom apetite!



terça-feira, 15 de outubro de 2013

Pirâmide alimentar, introdução alimentar, e afinal, como alimentar? Parte 1

Chegados os seis meses de idade do bebê - antes disso o bebê deve ser somente amamentado (materno ou artificial) de acordo com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde, da Sociedade Brasileira de Pediatria (embora patrocinada pela "Nestlè Nutrition, humpf), com sorte apoiado pelo pediatra do  bebê e pela família - finalmente chega a hora de dar comidinha ao bebê e as mães ficam felizes com o momento (afinal, amamentar em público ainda é um desafio em muitos lugares e ainda há muita gente no mínimo inconveniente, mas isso é outro assunto). Enfim podemos alimentar o bebê sem nenhum tipo de olhar estranho. Mas com essa alegria (e evolução do bebê) vem também uma confusão danada: o que dar, de que forma cozinhar e em que quantidade? Começar com frutinhas ou com legumes e vegetais? Preciso dar água? Sucos e chá? E o bebê vai continuar mamando? Com que frequência devo dar de mamar?
Nem preciso dizer que como todas, eu tive essas mesmas dúvidas (algumas perduram até hoje), mas o menino "precisava comer" e pronto, lá vou eu para o fantástico mundo investigativo, patrocinado pelo Google. Na era da informação, espera-se que com tudo ao nosso alcance, saibamos o que fazer e em quem confiar, mas obviamente não é tão simples assim. Então comecei por quem eu achei que seria uma fonte confiável, uma referência, uma autoridade até: o Ministério da Saúde. E descobri, inclusive que ele tem disponível esta beleza: o Guia Alimentar Para Crianças Menores de 2 Anos. (Pegue o seu aqui.) E olha, aprendi tanta coisa e acabei descobrindo um admirável mundo novo. Pra começo de conversa, o bebê não precisa bater um prato de comida aos seis meses e um dia. Pense comigo: o bebê passou uns 9 meses sendo alimentado pela mamãe dentro da barriguinha com líquido, aí ele nasce e passa os seis meses seguintes no seio da mãe, tomando somente leite materno ou artificial e aí de repente, (sim, porque ele não tem noção de tempo) já queremos que coma de tudo! Nãããão, mamãe, vou fazer caretas, vômitos, aprender a cuspir e pedir peito. A recomendação então é que comecemos com frutinhas (banana, maçã e pêra costumam fazer sucesso, aqui ainda estamos na luta pelas frutas) amassadas ou raspadas. Só que não é só dar um pouquinho de banana amassada um dia e meia maçã no outro. Na introdução alimentar, os alimentos devem ser dados por 3 dias: então, se começar pela banana amassadinha, dê banana amassadinha durante 3 dias - obviamente não a mesma banana, hehehe. Assim, você poderá ver se o bebê tem alguma alergia (já li sobre inúmeros casos de alergia a banana), se prende ou solta o intestino, se dá cólicas, se dá alguma reação na pele. E é pra dar só 1 vez por dia (de manhã, preferencialmente, no intervalo das mamadas), não vai enfiar banana goela abaixo o dia inteiro. É por isso que digo que a introdução alimentar demora, leva tempo e quem tem que relaxar somos nós, não os bebês, e é por isso que chamamos de introdução alimentar, não de imposição alimentar.
Pois bem, depois de um mês, o bebê já deve ter se acostumado com coisas diferentes do leite, desenvolveu uma certa capacidade de mastigar e já podemos entrar com a papinha salgada. (Atenção, salgada é só o nome, o sal na papinha é de mínimo pra inexistente.) Novamente, o processo é o mesmo: 1 alimento a cada 3 dias, pelos mesmos motivos. A sugestão que é normalmente dada é que se comece por alimentos mais adocicados: mandioquinha (batata-baroa ou batata-salsa em alguns lugares), abóbora ou cenoura. O ideal é que seja preparada no vapor, já que está comprovado que é o método de cocção em que se perdem menos nutrientes, mas na impossibilidade do método, cozinhe com o mínimo de água e aproveite essa "água de legumes" para cozinhar o seu arroz, por exemplo. Depois de cozido o legume, passe na peneira ou amasse com o garfo e sirva com uma nano-pitada de sal e um micro fio de azeite. Após perceber que os alimentos não provocaram nenhum tipo de reação adversa ou alergia, comece a misturar os alimentos e a incluir sempre algo verde. Aqui, a papinha salgada é a que fez maior sucesso, o Miguel adora qualquer combinação. Entre as favoritas estavam brócolis com mandioquinha, abóbora com abobrinha e inhame com cenoura. Ah, e se o seu filho não gostar de nada, não se desespere: dizem que precisamos oferecer o alimento por até 20 vezes para determinar se eles gostam ou não!
No próximo post, vamos falar de BLW (Baby-Led Weaning), que é basicamente incentivar o bebê a comer com as próprias mãos. E até lá, bom apetite!

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Não é só mais um blog...

Literalmente esse título é para mim. Já tomei a iniciativa de começar um blog diversas vezes e pra ser sincera já comecei 3. Um era sobre os preparativos para o casamento (mas não tinha tempo para postar, já que corria com os preparativos); o outro era esse aqui, quando me descobri como pessoa criativa e que gosta de trabalhos manuais; e o outro era para me ajudar a lidar com os primeiros dias da maternidade (também já exclui, era meio deprê, como foram aqueles primeiros dias de descontrole hormonal). O único que continua no ar porém abandonado é o Cadiarte, com seus 3 fiéis seguidores: Michel Borges - meu marido, pai do Miguel, aguentador oficial de emburramentos de Carla Diana; Débora Fernandes - irmã caçula, dona de um pedação do meu coração e o primeiro bebê (hoje com 13 anos... #tovelha) com quem tive contato; e Renata K. Marques - best friend forever, madrinha de casamento e agora brasinorueponesa. (O que seria de mim sem vocês???)
Então veio o Miguel (lindo de morder!), então vieram os seis meses de idade do Miguel, e então veio a introdução alimentar do Miguel. Com tudo isso veio também um maior senso de responsabilidade e de necessidade de fazer boas escolhas. E como o próprio nome do blog já diz, essas escolhas são para pequenos e grandes. Enjoy!