quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

E os tais dos orgânicos?

Todos nós já ouvimos falar deles, mas afinal qual é a diferença entre os orgânicos feiosos e os não-orgânicos grandes e brilhantes? 
Bom, já começa pela aparência: o orgânico é normalmente feio e desengonçado, mas cheio de sabor. Sabe aquele sabor de cenoura, mas cenoura de verdade? Então, só no orgânico. O não-orgânico é enorme, viçoso e brilhante, mas ele só é assim por conta dos agrotóxicos.
Se você acha que é tudo teoria da conspiração, faça o teste da cenoura: compre uma cenoura orgânica e uma convencional e prove as duas. Garanto que vai sentir a diferença. 
Compartilho aqui uma parte do material sobre orgânicos do curso  de Gastronomia Funcional que fiz este ano pelo Portal da Educação.


Os alimentos orgânicos são aqueles produzidos sem agrotóxicos, incluindo fertilizantes, inseticidas, bactericidas, antibióticos, hormônios ou promotores de crescimento e também produtos transgênicos. Além disso, a agricultura orgânica baseia-se em uma proposta de trabalho e produção sustentável, pois há preocupação com o meio ambiente.
Quase todo o setor produtivo considera imprescindível a utilização dos agrotóxicos para garantir o rendimento de suas lavouras, no entanto o objetivo final dos orgânicos é a saúde da população. Apesar de não existir estudos definitivos que comprovem que os alimentos orgânicos são mais nutritivos e de existirem estudos controversos na área, especialistas defendem que, por serem cultivados de forma mais natural e não terem muita concentração de água, eles reúnem e preservam melhor os nutrientes.

Já o sistema convencional de produção de alimentos baseia-se na utilização de maquinário pesado, melhoramento genético e insumos químicos. Essa forma de produção tem levado a um desgaste do solo, contaminação de alimentos por agrotóxicos e diminuição da qualidade do alimento.

Com o objetivo de avaliar de forma contínua as concentrações de resíduos de agrotóxicos nas frutas, vegetais e hortaliças que chegam à mesa do consumidor, foi criado a partir de 2001 o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos.

Este trabalho de monitoramento é realizado em conjunto com as vigilâncias sanitárias de vários estados do Brasil. Anualmente, são realizadas coletas e envio dos alimentos in natura dos supermercados para os laboratórios cadastrados para análise.

Os relatórios anuais das atividades do PARA estão disponibilizados no site da ANVISA. No último relatório divulgado referente a análises de alimentos no ano de 2010, os alimentos que apresentaram maior quantidade de insatisfatória de agrotóxicos ou apresentaram uso de agrotóxicos não autorizados foram o pimentão, o morango, o pepino, a alface, a cenoura, o abacaxi, a beterraba, a couve e o mamão.

A população deve ser orientada a preferir essas frutas e hortaliças na versão orgânica. As consequências do uso abusivo de agrotóxicos para a saúde humana são inúmeras. De acordo com os estudos científicos atuais, a ingestão de agrotóxicos em quantidades dentro dos valores diários aceitáveis não confere prejuízo à saúde.

Entretanto, caso a ingestão diária recomendada seja ultrapassada, o que tem sido muito frequente, as consequências podem variar desde sintomas como dores de cabeça, alergia e coceiras até distúrbios do sistema nervoso central, infertilidade feminina, epilepsia, problemas neurológicos, síndrome do pânico, redução de estatura em gerações futuras ou câncer, nas situações mais graves de exposição, como é o caso dos trabalhadores rurais.
Os sintomas geralmente são poucos específicos e podem variar de acordo com diversos fatores, incluindo tipo de agrotóxico ingerido, grau de exposição, idade, peso corporal, tabagismo, entre outros.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para conseguir o nome “orgânico” ou “produto orgânico” escrito no rótulo, o produto deve conter, no máximo, 5% de ingredientes não orgânicos, sendo necessário escrever quais são esses ingredientes.
Já os produtos que tem uma porção maior de ingredientes não orgânicos, só podem ter em escrito no rótulo o termo “produto com ingredientes orgânicos”. Neste caso, a parte orgânica deve ser, no mínimo, de 70%.
Outras expressões, como “ecológico, biodinâmico, da agricultura natural, biológico, agroecológico, do extrativismo sustentável”, entre outras, podem ser escritas nos rótulos dos produtos que sigam as regras da produção orgânica.

Desde 2010 todo produto orgânico brasileiro, exceto aqueles vendidos em feiras de produtos orgânicos e/ou obtidos diretamente com agricultores familiares, possuem o selo da SISORG (Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica).




Os produtos e/ou alimentos orgânicos podem ser encontrados nos grandes supermercados e em pequenas mercearias ou lojas especializadas em produtos naturais.
Na maioria das capitais do Brasil existem feiras específicas para alimentos orgânicos.
Nestas feiras são encontradas frutas e vegetais vendidas pelo próprio produtor, o que pode diminuir o preço do produto.

No site planetaorganico.com.br é possível descobrir onde está
localizada a feira em diferentes cidades e municípios do Brasil.

Outra possibilidade é pedir para o agricultor entregar uma cesta, toda semana, em casa. Entretanto, nas feiras e no caso do serviço delivery, os produtos são vendidos sem o selo SISORG. Neste caso, para garantir que o alimento ou produto seja realmente orgânico, esses agricultores familiares devem estar associados a uma organização de controle social, cadastrada nos órgãos do Governo.

Nas gôndolas de supermercados, além da identificação do selo, é fácil reconhecer os alimentos orgânicos frescos como verduras, legumes e frutas. Eles são visualmente menores, são mais coloridos e têm o aroma forte específico de cada alimento. Os alimentos convencionais ficam grandes e bonitos à custa de muito agrotóxico.

Porém, o tamanho nada tem a ver com o valor nutricional, pois boa parte é água. Portanto, não devemos desconfiar da qualidade de um produto orgânico só porque não possui uma bela aparência. O ideal é evitar comprar as frutas e vegetais de tamanho muito grande.

O consumo de alimentos seguros, livres de quantidades excessivas de agrotóxicos, é fundamental para promover a saúde da população e garantir o consumo de alimentos de qualidade e a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, secundárias à ingestão diária de quantidades perigosas de agrotóxicos.


O grande problema com os orgânicos é que normalmente eles são mais caros nos supermercados e muita gente desiste deles porque a feira vai pesar no bolso. Então, seguem aqui algumas estratégias para minimizar o consumo de agrotóxicos:

1) escolha alimentos da época (alimentos de safra demandam uma quantidade muito menor de agrotóxicos para serem produzidos. Além disso, como são de época, são mais baratos)

2) Lave corretamente os alimentos, mas lembre-se que a lavagem, por mais demorada e caprichada que seja, ainda que com uso de água sanitária, vinagre ou hipoclorito, só vai retirar a camada superficial de agrotóxicos. E lembre-se, a proporção é de uma colher de sopa de água sanitária para um litro de água, deixando o alimento de molho por 15 a 20 minutos.

3) Descasque alguns alimentos, quando possível: pense que em alguns casos, frutas e legumes podem receber uma camada de cera para que não murchem. É óbvio que esta cera não é uma cerinha inofensiva, ela tem na verdade substâncias fungicidas e bactericidas que evitam o aparecimento de fungos e bactérias. Então, sempre que possível descasque maçãs, pimentões, pêssegos, etc.

4) Dê preferência aos produtos nacionais e deixe dessa mania besta que tudo o que vem de fora é melhor. Aquilo que é produzido aqui, não precisa receber ainda mais pesticidas para "durar" mais por causa das longas viagens.

5) Reduza o consumo de gordura animal. Retire sempre pele e gordura de qualquer tipo de carne. Escolha sempre laticínios com baixo teor de gordura pois os resíduos de pesticidas e outros produtos químicos tendem a se concentrar em tecidos gordurosos.

6) Refrigere legumes, verduras e frutas por, no mínimo, duas horas antes de higienizar. Quando o alimento e a água da higienização estão na mesma temperatura, o alimento vai absorver a água e consequentemente os agrotóxicos presentes em sua superfície. Por isso, refrigere antes de higienizar.

Espero que estas dicas tenham ajudado. Aqui em casa, fizeram diferença da compra ao consumo.

No próximo post, receitinhas para as festividades de fim de ano.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Só o melhor MUFFIN DE BANANA E CHOCOLATE. Assim com letra maiúscula mesmo.

Receita para grandes, já que tem açúcar e chocolate.


Ingredientes:

1 1/2 xíc. chá de farinha de trigo

2/3 xíc. chá de açúcar

3 bananas nanicas maduras

1 1/2 col. chá de fermento

1/2 col. chá de bicarbonato de sódio

1 col. chá de essência de baunilha

1 ovo

7 col. sopa de manteiga (derretida)

60 ml de leite

140 gr de chocolate meio amargo picado



Preparo:

Gosto de deixar tudo à mão quando vou preparar uma receita. Suja um bocado de louça, mas detesto ter que parar de bater o bolo para medir uma colher de fermento. Então vamos lá:


Amasse as bananas (no garfo mesmo) e pique o chocolate.

Comece misturando os ingredientes líquidos: manteiga, leite, ovo e baunilha. Eu gosto de misturar com o fuet, mas se preferir a batedeira, vá en frente. Junte o açúcar e bata mais um pouco. Adicione a banana e misture. Vá adicionando a farinha aos poucos. Nesta fase, bata com fuet ou colher. Assim a massa fica mais fofa. Junte o fermento e o bicarbonato e apenas misture (não bata com força, para não ativar o fermento antes do tempo). Por fim, junte o chocolate picado, misture e distribua em forminhas. Esta receita rendeu 12 muffins. E procure comer morninho, o chocolate fica meio derretido... Delícia! Faça o seu e mande uma foto! comidapequenosegrandes@gmail.com





quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Super alimentos + super receita

Tenho a sensação de que a maioria das postagens têm descrições que mostram o Miguel como uma criança que come super bem e os pais, nós mesmos, como adultos conscientes que se alimentam de forma correta. Bom, a maioria das vezes é assim mesmo, mas confesso que nem sempre. E que atire a primeira mamadeira quem nunca preferiu uma pizza a um prato de legumes cozidos no vapor. No caso do Miguel, nunca foi pizza, mas um pratinho nutricionalmente pobre, tipo um macarrão com abóbora. Só isso e mais nada (esqueci de descongelar carne, tinha um prazo para uma tradução, não tinha dormido, queria a paz mundial, tudo no mesmo dia. É demais para uma só, não?) Só que aí entra a culpa, meus caros. E é com ela que realmente temos que lidar. Pois eu dei um jeito nessa danada lendo sobre alguns super alimentos e pondo em prática aquilo que aprendi nos cursos que fiz.
No começo ficamos um pouco relutantes, já que quando se pensa em super alimentos, dificilmente se pensa em algo muito saboroso. Mas normalmente são alimentos comuns, com os quais podemos fazer preparações deliciosas e aos quais não damos a devida importância.
Tem uma meia dúzia de coisa que faz diferença, por exemplo, para aumentar a imunidade, olha só. (fotos: Google)



ALHO: cheio de propriedades anti-inflamatórias. Acrescente um dentinho ao preparo da comida. (Fora o gosto que dá, né? Não é porque é comida de bebê que tem que ser sem gosto. Depois não reclama que o baby não come. Como se diz na minha querida e saudosa terra de Portugal, "come-a tu").



CEBOLA: essa querida das panelas é rica em quercetina, que é um flavonoide que protege de certos vírus e bactérias oportunistas. Além disso, tem propriedades anti-inflamatórias das vias aéreas. Aliás, quando o seu baby estiver com tosse, corte uma cebola ao meio e deixe na cabeceira do berço (fora do alcance da criança, lógico. Imagina o bafo do coitado). É tiro e queda, já que a cebola vai agir como um imã e puxar pra ela tudo o que é ruindade invisível (vírus) que fica ali esperando pra entrar no corpitcho do anjinho.



TEMPEROS, TEMPEROS: sabe aquelas ervinhas verdinhas que dão um super look gastronômico ao prato? Pois é, elas têm funções anti-inflamatórias e tambem expectorantes. Abuse da salsinha, manjericão, tomilho, hortelã, gengibre (bem pouquinho), alho poró. Ai, gosto tanto desse último que vou deixar um espaço só pra ele.



ALHO-PORÓ: rico em vitaminas A, C e do complexo B, ferro, fósforo, potássio, cálcio e a substância funcional alicina, que tem ação anti-inflamatória e colabora com o bom trabalho do sistema imunológico. Ajuda tambem no controle do colesterol. Não é o máximo? S2 pra vc, poró!



BRÓCOLIS: esse é bem completo, tem de tudo: cálcio (viu como não é só no leite da vaquinha que encontramos cálcio?), potássio, ferro, zinco, sódio, vitaminas A, C, B1, B2, B6, K e fibra alimentar. Gosto muito!



COUVE-FLOR: não sou a maior fã, mas em casa consumimos bastante, já que maridon e Miguelitcho adoram. Sabia que a couve-flor é uma excelente fonte de vitamina C? Além disso, possui grande quantidade de folato e fibras alimentares, vitaminas B5 e B6, magnésio e ômega 3.



LEGUMINOSAS: pense em feijão, lentilha, ervilha, grão de bico. São ricos em zinco, que combate resfriados, gripes e outros probleminhas do sistema imunológico. Por isso, grãos todo dia. Mas lembre-se sempre de deixar as leguminosas de molho em meio ácido (podem ser gotinhas de limão, vinagre ou soro de iogurte.) Isso faz com que basicamente os gases se soltem na água, diminuindo gases e flatulência no bebê. E em nós.

É claro que no mundo da comida existem muitas mais inúmeras opções super saudáveis para nos mantermos firmes e imunes. Cores variadas no prato são sinônimo de saúde, verduras auxiliam também - pense no agrião, que até a indústria farmacêutica usou pra fazer xarope - e no fim das contas, mesmo querendo (e tendo que) fazer tudo em um dia, incluindo a paz mundial, é possível preparar uma boa comidinha pra família e de quebra saber que aquele prato é bom pra todos.

Uma comidinha que é sempre sucesso aqui:

Carne moída com abobrinha e cenoura, agrião, mandioquinha e feijão branco

Ingredientes:
1 dente de alho picado
1/2 cebola picada
6 rodelas de alho poró (ou a quantidade que preferir)
Azeite para refogar
1 abobrinha italiana
1 cenoura média
3 mandioquinhas
1 xícara de feijão branco cozido
1/2 maço de agrião picado
1/2 kg carne moída magra

Preparo:
Refogue o alho, a cebola, o alho poró e os talos de agrião bem picadinhos no azeite, até dourar. Acrescente o agrião restante, a carne, a abobrinha e a cenoura. Se necessário adicione água e deixe cozinhar. Ao final do preparo, acrescente salsinha. Sirva com as mandioquinhas cozidas no vapor e com o feijão branco.

Queria pôr foto, mas não lembrei de tirar. Paz mundial e tudo mais...

Até a próxima.










terça-feira, 12 de novembro de 2013

Mesmo sem saber o que cozinhar, é difícil dar errado.

Confesso: às vezes não faço ideia do que cozinhar para o Miguel comer. Sério, abro a geladeira e olho, olho, olho e não consigo pensar no que fazer. Fora que tenho a impressão que faço sempre a mesma coisa: arroz ou macarrão, feijão, abóbora, abobrinha, cenoura, agrião...
Desde a introdução alimentar dele, obviamente presto bem mais atenção ao que ponho na panela, tanto para ele como para nós. Aboli muitos industrializados, como molho de tomate, caldo, tempero em pó e optei pelas versões naturais. Descobri um bocado de coisa interessante sobre alimentos e suas propriedades. E gostei tanto da história que já fiz dois cursos: um de 'Educação Alimentar' em que estudei diversos temas relacionados a nutrição (pirâmide alimentar, planos alimentares, nutrição saudável em geral) e outro de 'Gastronomia Funcional' (alimentos funcionais, plantas medicinais, nutracêuticos e fitoterápicos, transgênicos, orgânicos, cortes e preparo de alimentos, ervas e especiarias, substitutos do sal, etc). Claro que algumas coisas já fazia por intuição, mas me senti muito mais segura quanto ao preparo das nossas refeições. O mais bacana é que eu e o marido estamos lentamente mudando os nosso hábitos para podermos dar o exemplo ao pequeno. E isso me enche de orgulho mas faz os outros me encherem a paciência. Mas isso é outro assunto. (Foco, Carla Diana, foco.)
Com toda essa informação em mãos, as refeições do Miguel são sempre completas. Ao dizer completas, quero dizer quer elas sempre têm os mesmos elementos, inspirados pela pirâmide alimentar: pelo menos 1 alimento rico em carboidrato, pelo menos 2 verduras e legumes, 1 carne / frango / peixe, 1 grão, 1 gordura (aqui em casa é SEMPRE azeite. Óleo, quando uso, é só em bolos.) E essa escolha faz sentido para a saúde.
Sem querer dar palestra, segue um rápido resumo da classificação dos alimentos (parte de um dos cursos que fiz):

Classificação dos alimentos:

CONSTRUTORES
São alimentos ricos em proteínas tanto de origem animal (carnes, frango, peixe, ovos, leite, queijos) quanto de origem vegetal (ervilha, lentilha, feijão, grão de bico). As proteínas são fundamentais para o crescimento e se o nosso corpo fosse uma casa, as proteínas seriam os tijolos usados na construção.

ENERGÉTICOS
Alimentos ricos em carboidratos, compostos orgânicos que dão energia: arroz, macarrão, fubá, pão, batata, mandioca, farinhas, açúcares, bolos, etc. Estes alimentos podem ser comparados à energia elétrica de uma casa, que faz funcionar lâmpadas e aparelhos eletrônicos. Existem também os superenergéticos , que possuem grande quantidade de gordura e açúcar e por isso devem ser consumidos com moderação. Entre estes alimentos, temos a margarina, manteiga, creme de leite, óleos, bolos confeitados, sorvetes cremosos, chocolates, refrigerantes, balas, chicletes e salgadinhos. Quando se fala em bebês, mais moderação ainda, para não viciar o paladar. Aqui em casa estes últimos simplesmente não são oferecidos. E cá entre nós, não fazem falta.

REGULADORES
Formados por vitaminas, fibras, minerais e água, os alimentos desta categoria hidratam o corpo e consequentemente auxiliam a digestão. São encontrados em legumes, verduras e frutas. Podem ser comparados ao cimento, que une os tijolos da casa, porque contribuem para que haja uma relação de equilíbrio entre os alimentos e o nosso organismo.

Munida de toda essa informação preciosa, seguimos para a preparação da comida. Seja qual for a comida, e partindo do princípio que sempre tem esses elementos aí em cima, o que eu faço é refogar cebola, alho e alho poró em azeite até dourar. Depois adiciono a carne e deixo dar uma fritadinha no refogado. Depois junto o arroz (se for o caso), a verdura picadinha, deixo pegar gosto e coloco água suficiente para cobrir e junto os ingredientes restantes. Deixo ferver e abaixo o fogo, deixo cozinhar, junto salsinha e cebolinha no final, ponho no prato dele, amasso com o garfo e sirvo.

Nesse vídeo, que foi o jantar de Domingo, tinha 1 dente de alho, umas 4 rodelas de alho poró, 1 rodela de cebola picadinha e os talinhos de 4 floretes de couve flor, peito de frango picadinho, 1 inhame pequeno, 3 colheres de feijão cozido, 1/4 de abobrinha, 1/4 de cenoura, uns 4 cubos de abóbora japonesa, 4 floretes de couve flor, 1 punhadinho de macarrão padre nosso. Tudo bem rapidinho, sem muito trabalho. o mais gratificante é ver o prato limpo ao final. Não tem verdura nesta papinha porque tinha dado couve no jantar do dia anterior e no almoço de domingo e o intestino dele deu uma desandada.


No próximo post, super alimentos e escolhas para aumentar a imunidade.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Frutas e receitinhas

A introdução alimentar do Miguel foi bem tranquila no que diz respeito às papas salgadas. ATENÇÃO: ao chamá-las de salgadas é somente para distingui-las das de fruta, o sal que eu adiciono à papinha é uma micro- pitada. Não devemos acostumar o paladar do bebê ao nosso paladar, pois o nosso é "viciado" em sal e altas concentrações de sódio. Devemos, então educar o nosso paladar a menos sal e sódio, e não o do bebê. Prove ou peça para o papai provar a papinha. Se a resposta for "Está sem sal", então a papinha está ótima para o bebê.
Voltando ao pequeno, ele aceitou muito bem qualquer papinha salgada. O problema foram as frutas. Ele brinca com os pedacinhos, põe beeeeem pouco na boca e sempre faz caretas. Sempre. Já tentei frutas em papa, cozidas na água, cozidas no vapor, batidas com iogurte natural, batidas no mixer e o máximo que consigo são umas 2 ou 3 colheres. Mas continuo oferecendo, porque já li por aí que devemos oferecer um mesmo alimento até 20 vezes para determinar se realmente a criança gosta ou não do sabor.
O que deu mais certo mesmo foi o picolé de manga. O que eu fiz foi bater uma manga no mixer (ela fica bem cremosa, parece um smoothie) e coloquei naquelas forminhas de picolé das lojinhas de utilidades domésticas. Coloquei no freezer, cruzei os dedos e ofereci ao Miguel. E não é que ele gostou? Acho que além de tudo ainda aliviou o incômodo nas gengivas, já que o pobrezinho sofre com esses dentinhos nascendo.

Assim até vai, mamãe!


Outra coisa que fiz e deu muito certo (eu, o papai e o Miguel nos acabamos nessa delícia) foi o sorvete natural de banana. Jamais eu acreditaria que uma simples banana cortada em rodelas e congelada em um saquinho (dessa forma ela não escurece) ficaria tão deliciosa. E pensa numa coisa simples de se fazer! Não tem adição de açúcar ou gorduras, a consistência é ótima e é a sobremesa perfeita para dias de calor.
Basicamente,corta-se a banana em pedaços e coloca-se em saquinhos para congelador. Leva-se a banana ao congelador até congelar. Coloca-se a banana aos poucos no liquidificador e bate-se, mexendo de vez em quando para não forçar o dito cujo. Pronto.
Não deu tempo de tirar foto, atacamos assim que congelou. O Miguel tomou umas 5 colheres.
No nosso, demos uma incrementada, juntamos cacau e ficou muuuuito bom.
Vi aqui essa receita. Yummy Yummy!!!

Benefícios das duas frutas do post:

- Manga
Riquíssima em vitamina A, possui também vitaminas do complexo B, cálcio, ferro, potássio, vitamina C e fibras.

- Banana
Rica em fibras, potássio, vitaminas C e A, promove energia. Grande quantidade de vitaminas B1, B2, B6 e B12, magnésio, cálcio, ferro e ácido fólico. Contém 3 tipos de açúcares naturais: sacarose, frutose e glicose, sendo excelente para adoçar preparados infantis sem necessidade de açúcar.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Pirâmide alimentar, introdução alimentar, e afinal, como alimentar? Parte 2

Saudações gastronômicas!
Como prometido, o post de hoje tratará de uma coisa meio nova, mas que na verdade já existe há milênios, só o nome é que está "na moda": BLW, ou Baby-Led Weaning (em português seria algo como Alimentação Complementar Dirigida pelo bebê. Já vi traduzido como Desmame que o bebê lidera, mas eu não considero como desmame, então prefiro não usar essa tradução. Já disse aqui que apoio a amamentação enquanto o bebê quiser, e além disso, a própria Organização Mundial da Saúde reitera que após os 6 meses e até completar um ano de idade, a alimentação é complementar. O aleitamento ainda deve ser, sempre que possível, a principal fonte de alimento para o bebê.) Esse BLW nada mais é do que deixar o bebê alimentar-se com as próprias mãos, sem a necessidade de transformar a comida em purêzinhos - daí o meu comentário que isso já vem sendo feito há milênios. Duvido que as mães Neandertais fizessem purêzinhos de carne de búfalo com milho e capim. Du-vi-do. Obviamente, isso causa um certo pânico nas mães, já que imediatamente pensamos que o risco de engasgos e sufocamentos é grande. Mas acreditem, não é! Às vezes pensamos que o bebê vai engasgar porque ele faz aquela carinha de vômito e parece que vai pôr tudo pra fora, mas isso é só um reflexo (gag reflex, em inglês). É óbvio, entretanto, que o bebê deve ser SEMPRE supervisionado enquanto se alimenta. Se pensarmos bem, acho que para nós é também um pouco triste simplesmente dar na mãozinha e deixá-los comer, já que isso significa que a nossa participação mais ativa na alimentação fica reduzida (não precisamos dar colher por colher na boca da criança). Criança independente = mãe orgulhosa de coração apertado.
Mas voltando ao BLW, a premissa é que deixemos os pequenos "estudar" a comida: eles devem tocar, esmagar, cheirar, jogar longe (para desespero da mamãe), e eventualmente comer, a quantidade que quiserem. Uma breve pesquisa no Google e você verá inúmeros resultados. Pesquisei nesse site aqui - em inglês. Eles argumentam basicamente que a ordem em que apresentamos a comida aos bebês não pode ser considerada correta, já que primeiro eles aprendem a engolir (com purês) e não a mastigar. No BLW isso acontece ao contrário, primeiro eles mastigam para depois então engolir. Faz todo o sentido, não?
É importante salientar, mamães, que a comidinha deve ser preparada de forma a ser facilmente mastigada e a sugestão é começar com brócolis, cenouras (ou qualquer outra coisa na verdade) bem cozidos. Para fazer o teste, aperte o alimento entre o seu polegar e indicador, se desmanchar está ótimo para oferecer ao bebê. Outra coisa que a mamãe deve saber: Vai. Sujar. Tudo. Tudo mesmo. Roupa, cadeirão, mesa, a sua roupa e possivelmente você descobrirá pedacinhos de pão no seu cabelo no dia seguinte. Mas faz parte do processo e é uma delícia de ver. Sujar faz parte do aprendizado, é fácil de limpar e afinal o tempo passa tão rápido que esse tempo dará saudades. Falando em sujar, nada de tigelas ou pratinhos. Coloque o alimento diretamente na bandeja do cadeirão, assim nenhum objeto, a não ser a comida, vai voar (muito) longe! hihihi

Olha o Miguel pirando no brócolis pela primeira vez:



Maçã:

criança feliz


lambendo o prato


Deixo aqui alguns links úteis para BLW, em inglês e em português.

Esse é o site que mencionei mais acima. Este link vai direto pras receitas: (em inglês)

Outra fonte, em inglês:

Tem essa comunidade no facebook também (em português):

Artigo interessante (em português):

Essas são apenas algumas fontes. Uma pesquisada no Google e os resultados são aos milhares (aproximadamente 1.970.000, palavras do próprio Google).

Até a próxima e bom apetite!



terça-feira, 15 de outubro de 2013

Pirâmide alimentar, introdução alimentar, e afinal, como alimentar? Parte 1

Chegados os seis meses de idade do bebê - antes disso o bebê deve ser somente amamentado (materno ou artificial) de acordo com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde, da Sociedade Brasileira de Pediatria (embora patrocinada pela "Nestlè Nutrition, humpf), com sorte apoiado pelo pediatra do  bebê e pela família - finalmente chega a hora de dar comidinha ao bebê e as mães ficam felizes com o momento (afinal, amamentar em público ainda é um desafio em muitos lugares e ainda há muita gente no mínimo inconveniente, mas isso é outro assunto). Enfim podemos alimentar o bebê sem nenhum tipo de olhar estranho. Mas com essa alegria (e evolução do bebê) vem também uma confusão danada: o que dar, de que forma cozinhar e em que quantidade? Começar com frutinhas ou com legumes e vegetais? Preciso dar água? Sucos e chá? E o bebê vai continuar mamando? Com que frequência devo dar de mamar?
Nem preciso dizer que como todas, eu tive essas mesmas dúvidas (algumas perduram até hoje), mas o menino "precisava comer" e pronto, lá vou eu para o fantástico mundo investigativo, patrocinado pelo Google. Na era da informação, espera-se que com tudo ao nosso alcance, saibamos o que fazer e em quem confiar, mas obviamente não é tão simples assim. Então comecei por quem eu achei que seria uma fonte confiável, uma referência, uma autoridade até: o Ministério da Saúde. E descobri, inclusive que ele tem disponível esta beleza: o Guia Alimentar Para Crianças Menores de 2 Anos. (Pegue o seu aqui.) E olha, aprendi tanta coisa e acabei descobrindo um admirável mundo novo. Pra começo de conversa, o bebê não precisa bater um prato de comida aos seis meses e um dia. Pense comigo: o bebê passou uns 9 meses sendo alimentado pela mamãe dentro da barriguinha com líquido, aí ele nasce e passa os seis meses seguintes no seio da mãe, tomando somente leite materno ou artificial e aí de repente, (sim, porque ele não tem noção de tempo) já queremos que coma de tudo! Nãããão, mamãe, vou fazer caretas, vômitos, aprender a cuspir e pedir peito. A recomendação então é que comecemos com frutinhas (banana, maçã e pêra costumam fazer sucesso, aqui ainda estamos na luta pelas frutas) amassadas ou raspadas. Só que não é só dar um pouquinho de banana amassada um dia e meia maçã no outro. Na introdução alimentar, os alimentos devem ser dados por 3 dias: então, se começar pela banana amassadinha, dê banana amassadinha durante 3 dias - obviamente não a mesma banana, hehehe. Assim, você poderá ver se o bebê tem alguma alergia (já li sobre inúmeros casos de alergia a banana), se prende ou solta o intestino, se dá cólicas, se dá alguma reação na pele. E é pra dar só 1 vez por dia (de manhã, preferencialmente, no intervalo das mamadas), não vai enfiar banana goela abaixo o dia inteiro. É por isso que digo que a introdução alimentar demora, leva tempo e quem tem que relaxar somos nós, não os bebês, e é por isso que chamamos de introdução alimentar, não de imposição alimentar.
Pois bem, depois de um mês, o bebê já deve ter se acostumado com coisas diferentes do leite, desenvolveu uma certa capacidade de mastigar e já podemos entrar com a papinha salgada. (Atenção, salgada é só o nome, o sal na papinha é de mínimo pra inexistente.) Novamente, o processo é o mesmo: 1 alimento a cada 3 dias, pelos mesmos motivos. A sugestão que é normalmente dada é que se comece por alimentos mais adocicados: mandioquinha (batata-baroa ou batata-salsa em alguns lugares), abóbora ou cenoura. O ideal é que seja preparada no vapor, já que está comprovado que é o método de cocção em que se perdem menos nutrientes, mas na impossibilidade do método, cozinhe com o mínimo de água e aproveite essa "água de legumes" para cozinhar o seu arroz, por exemplo. Depois de cozido o legume, passe na peneira ou amasse com o garfo e sirva com uma nano-pitada de sal e um micro fio de azeite. Após perceber que os alimentos não provocaram nenhum tipo de reação adversa ou alergia, comece a misturar os alimentos e a incluir sempre algo verde. Aqui, a papinha salgada é a que fez maior sucesso, o Miguel adora qualquer combinação. Entre as favoritas estavam brócolis com mandioquinha, abóbora com abobrinha e inhame com cenoura. Ah, e se o seu filho não gostar de nada, não se desespere: dizem que precisamos oferecer o alimento por até 20 vezes para determinar se eles gostam ou não!
No próximo post, vamos falar de BLW (Baby-Led Weaning), que é basicamente incentivar o bebê a comer com as próprias mãos. E até lá, bom apetite!

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Não é só mais um blog...

Literalmente esse título é para mim. Já tomei a iniciativa de começar um blog diversas vezes e pra ser sincera já comecei 3. Um era sobre os preparativos para o casamento (mas não tinha tempo para postar, já que corria com os preparativos); o outro era esse aqui, quando me descobri como pessoa criativa e que gosta de trabalhos manuais; e o outro era para me ajudar a lidar com os primeiros dias da maternidade (também já exclui, era meio deprê, como foram aqueles primeiros dias de descontrole hormonal). O único que continua no ar porém abandonado é o Cadiarte, com seus 3 fiéis seguidores: Michel Borges - meu marido, pai do Miguel, aguentador oficial de emburramentos de Carla Diana; Débora Fernandes - irmã caçula, dona de um pedação do meu coração e o primeiro bebê (hoje com 13 anos... #tovelha) com quem tive contato; e Renata K. Marques - best friend forever, madrinha de casamento e agora brasinorueponesa. (O que seria de mim sem vocês???)
Então veio o Miguel (lindo de morder!), então vieram os seis meses de idade do Miguel, e então veio a introdução alimentar do Miguel. Com tudo isso veio também um maior senso de responsabilidade e de necessidade de fazer boas escolhas. E como o próprio nome do blog já diz, essas escolhas são para pequenos e grandes. Enjoy!